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segunda-feira, maio 04, 2009

Resultado do Cine-PE

Mostra Pernambuco
Melhor Longa-Metragem: KFZ-1348
* Doc com direção de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso.
Melhor Curta-Metragem (1º colocado): Tebei
* Doc dirigido por Gustavo Vilar, Hamilton Costa Filho, Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo.
Melhor Curta-Metragem (2º colocado): Ave Sangraia-Sons de Gaitas, Violões e Pés
* Doc com direção de Rayanaia Uchoa, Rebeca Venice e Thiago Barros

Mostra Competitiva de Curtas-Metragens em Digital
Melhor Curta-Metragem Digital: A Ilha (DF/Animação de Ale Camargo)
Melhor Diretor: Marão, pelo curta O Anão que Virou Gigante (RJ/Animação)
Melhor Roteiro: Maurício Rizzo, pelo curta Quintas Intenções (RJ/Ficção)
Melhor Montagem: Marc d’ Rossi, pelo curta Nello’s (SP/Doc)
Melhor Curta-Metragem/Júri Popular: Manual para se Defender de Alienígenas Zumbis e Ninjas (SP/Ficção/Direção de André Moraes)
Prêmio Especial do Júri: Um Artilheiro no meu Coração (PE/Doc de Diego Trajano, Lucas Fitipaldi e Mellyna Reis)
Prêmio Especial da Crítica/Imprensa: A Ilha


Mostra Competitiva de Curtas-Metragens em 35mm
Melhor Curta-Metragem: Superbarroco (PE/Ficção/Direção de Renata Pinheiro)
Melhor Diretor: Sérgio Luiz René Guerra (Os Sapatos de Aristeu/SP/Ficção)
Melhor Roteiro: Marcela Arantes (Eu e Crocodilos/SP/Ficção)
Melhor Atriz: Prêmio coletivo para as atrizes de “Os Sapatos de Aristeu”
Melhor Ator: Everaldo Pontes (pelo curta Superbarroco)
Melhor Direção de Arte: Diogo Balbino, Rita Carelli, Leonardo Lacca (pelo curta Muro/PE/Ficção/Direção de Tião)
Melhor Trilha Sonora: Bernardo Gebara (pelo curta Distração de Ivan/RJ/Ficção com direção de Cavi Borges e Gustavo Melo)
Melhor Edição de Som: Alessandro Laroca (pelo curta Blackout/RJ/Ficção com direção de Daniel Rezende)
Melhor Montagem: João Maria (pelo curta Muro/PE/Ficção/Direção de Tião)
Melhor Fotografia: Juliana Vasconcelos (pelo curta Os Sapatos de Aristeu)
Prêmio Especial do Júri: Cocais, a Cidade Reiventada (SP/Doc/Direção de Inês Cardoso)
Prêmio Especial da Crítica/Imprensa: Muro
Menção Honrosa do Júri: Para a trilha sonora do filme Nós Somos um Poema
Melhor Curta-Metragem/Júri Popular: Blackout (RJ/Ficção/Direção de Daniel Rezende)

Mostra Competitiva de Longas-Metragens

Melhor Longa-Metragem: Alô, Alô, Terezinha! (RJ/Doc/Direção de Nelson Hoineff)
Melhor Direção: Vinícius Reis (Praça Saens Peña/RJ/Ficção)
Melhor Roteiro: Ricardo Dias (Um Homem de Moral/SP/Doc/Direção de Ricardo Dias)
Melhor Ator: Chico Diaz (Praça Saens Peña)
Melhor Atriz: Maria Padilha (Praça Saens Peña)
Melhor Atriz Coadjuvante: Isabela Meireles ((Praça Saens Peña)
Melhor Ator Coadjuvante: Leonardo Miggiorim (Mistéryos/PR/Ficção)
Melhor Fotografia: Alziro Barbosa (Miytérios)
Melhor Trilha Sonora: André Moraes (Estranhos/BA/Ficção)
Melhor Edição de Som: Fernando Henna (Um Homem de Moral)Melhor Direção de Arte: Zenor Ribas (Mistéryos)
Melhor Montagem: Daniel Maia, Diana Gândra e Felipe Paes (Alô, Alô, Terezinha!)
Prêmio Especial do Júri: Um Homem de Moral
Prêmio Especial da Crítica/Imprensa: Praça Saens Peña
Melhor Filme/Júri Popular: Alô, Alô, Terezinha!
Troféu Gilberto Freyre: Alô, Alô, Terezinha!

sábado, maio 02, 2009

Muita gente no Cine-PE

A sexta-feira foi o dia da superlotação, muita gente sentada nas escadas, outras do lado de fora, ingressos esgotados e muitas celebridades passeando pelo hall. Dentre eles estavam Maria Padilha, Chico Dias, Silvia Buarque e o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão*. Para iniciar a noite, foi exibida a divertida animação O anão que virou gigante, animando a platéia do cine teatro. Na sequência aconteceu a exibição do curta de 20 minutos: Quem será Katlyn. Na mostra em 35mm o destaque foi para os filmes: número 27, Eu e os crocodilos e Juro que vi: O saci, uma das mais belas animações do evento.
Não podemos deixar de citar a apresentação do longa Alô, alô Terezinha, documentário carioca de Nelson Hoineff . O filme gerou muitas reações no público, risos, aplausos, coros... O longa é recheado de bons (e engraçados) depoimentos, boas entrevistas, e um excelente material de arquivo, que reconstruiu a vida do velho guerreiro: Chacrinha. Depois do filme foi a vez de KFZ-1348, o documentário de Gabriel Mascaro tomar conta da telona, algumas pessoas não puderam ver por causa do horário já adiantado. Mas o cineasta afirmou que no próximo dia 15, o filme será exibido no cinema da Fundação.

*Zé do Caixão concedeu entrevista exclusiva para a equipe do cinema 11, que você poderá acompanhar em breve na telinha.

sexta-feira, maio 01, 2009

Aquela coisa toda...

Por Leo Leite

Até agora a quinta foi o dia mais cheio do festival, como já é costume se iniciou com exibição dos curtas-metragens digitais. O primeiro deles foi o Hagakure, de Marcos Rocha, a estória é baseada na cultura oriental, muitas lutas, uma fotografia impecável e uma belíssima direção de arte, deixou muito a desejar no roteiro e na edição. Depois foi a vez da animação Cattum, de 10 minutos, engraçada, inteligente e simples, contando as peripécias de um gatinho muito atrapalhado. A platéia respondeu com muitas gargalhadas.
A mostra digital foi iniciada com Os sapatos de Aristeu, ficção em p&b que traz a triste preparação do funeral de um travesti, por sua mãe. Logo após, foi exibido Super Barroco, produção pernambucana, que deu o que falar pela grandiosidade estética, na fotografia, na edição e no roteiro. Por último, foi a vez do documentário Nós somos um poema, o filme relembrou a carreira de Pixiguinha e Vinicius de Moraes, poeticamente e musicalmente. Assim, a noite seguiu com uma homenagem ao diretor Roberto Farias e a exibição do longa de Vinicius Reis: Praça Saens Peña seguido pelo documentário poético de Luci Alcântara, Geração 65, aquela coisa toda.

quinta-feira, abril 30, 2009

A terça e a quarta

Por Leo Leite

A TERÇA-FEIRA

A terça-feira começou com a exibição do curta-metragem digital Nello’s, direção de André Ristum (SP) que contava a vida de um italiano. Na sequência, foi exibido a ficção carioca Teteco, projeto ousado feito com câmera de celular que chamou atenção pela criativa fotografia. Ainda dentro da mostra digital foi apresentado o curta pernambucano Eiffel, que faz uma critica sucinta a um recente monumento Recifense: as torres gêmeas. A direção foi de Luiz Joaquim. Para encerrar a mostra, foi a vez de 6.5 megapixels, uma ficção de um minuto entrar na telona, filme cearense, diferente, que mostra um filme que não foi feito por causa de um assalto.
Em seguida, começou a exibição dos curtas feitos em 35mm, com o curta Nossos Ursos camaradas, uma comédia de Fernando Spencer que levantou risos no público. Logo depois, Selos de 15 minutos, que deixou a platéia aparentemente cansada. O penúltimo filme foi A distração de Ivan, curta carioca de 15 minutos. Para encerrar, um dos curtas mais esperados da noite: Muro, de Tião. O filme chamou muito a atenção da platéia do teatro Guararapes pela sua magnitude estética, tanto na fotografia, efeitos e montagem.
Depois do intervalo, o cine teatro recebeu a atriz Dira Paes*, entregando-lhe o prêmio Calunga, após a exibição de um vídeo que mostrava sua trajetória cinematográfica. A artista, muito emocionada pela homenagem, dedicou o prêmio a seu filho que acabara de dar o primeiro passo sozinho. E pra finalizar a noite, foi dado “play” no longa Mistéryos de Pedro Merege e Beto Carminatti, com Carlos Vereza, Stephany Brito e Leonardo Miggiorin*.


A QUARTA-FEIRA

A quarta-feira, terceiro dia do evento, começou com a exibição do documentário Um artilheiro do meu coração. O filme conta a trajetória profissional de Ademir, um jogador do Sport Clube do Recife, desconhecido do grande público, que quase foi campeão em um importante jogo. O filme é todo feito com uma linguagem muito técnica, o que dificulta o entendimento das pessoas que não entendem do assunto. Após a exibição, alguém na platéia deu inicio ao coro: “casá, casá...”, a conhecida “musiquinha” da torcida organizada do time que foi abafado pela grande vaia dos presentes. Para encerrar a mostra em digital: o curta Quintas intenções, dirigido por Mauricio Rizzo.
Em 35mm, foram exibidos: Cocais, um documentário sobre a cidade, uma linguagem bem diferente que trazia poucas informações. Na sequência, foi apresentado A Mulher Biônica, forte em sua interpretação e depois Tereza, leve, poético e romântico.
Nada chamou mais atenção do que a pouca quantidade de gente na noite, que diminuiu ainda mais depois do intervalo. No fim aconteceu a exibição dos longas Um homem de moral (documentário) e a ficção pernambucana Pela vida, pelo tempo.
Outro ponto forte da noite, foi a instalação de um telão, pela Globo, para a exibição do jogo do Sport Clube do Recife versus o LDU. Enquanto alguns assistiam os dois longas, outros prestigiavam o jogo. Dentre essas pessoas estavam Alfredo Bertini (aniversariante do dia) com sua camisa do time e Sandra Bertini, que levantou e gritou: “Pelo Sport Nada...” seguido, mais uma vez, do “casá, casá...”, após o primeiro gol.
A cineasta pernambucana Luci Alcântara também estava presente do Hall do evento, filmando seu mais novo longa: JMB, o famigerado. O filme é um documentário sobra a vida do multi-artista Jommard Muniz de Britto, que também estava presente nas filmagens no centro de convenções. Luci adiantou ao blog do Cinema 11 que a produção vai contar com os “atentados poéticos” de Jommard e suas performances. A diretora também lembrou que está chegando o dia da exibição do seu longa Geração de 65, aquela coisa toda, no dia 30.


*Dira Paes e Leonardo Miggiorin consederam entrevista exclusiva para o Cinema 11, que será exibida em breve.

quarta-feira, abril 29, 2009

Hoje no Cine-PE

MOSTRAS COMPETITIVAS DE CURTAS E LONGAS-METRAGENS
Hora: 18h30Local: Cine Teatro Guararapes – Centro de ConvençõesAcesso: Ingresso (Inteiro: R$8,00 / Meia: R$4,00)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS DIGITAIS
Um Artilheiro no meu Coração (Documentário, Direção: Diego Trajano, Lucas Fitipaldi e Mellyna Reis, 20’, PE)
Quintas Intenções (Ficção, Direção: Maurício Rizzo, 9’, RJ)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS EM 35 MM
Cocais - A Cidade Reinventada (Documentário, Direção: Inês Cardoso, 15', SP)
A Mulher Biônica (Ficção, Direção: Armando Praça, 19’, CE)
Teresa (Ficção, Direção: Renata Terra e Paula Szutan, 18', SP)

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
Um Homem de Moral (Documentário, Direção: Ricardo Dias, 84’, SP)

MOSTRA PERNAMBUCO – COMPETITIVA DE LONGAS
Pela Vida, Pelo Tempo (Ficção, Direção: Wilson Freire, 81')

terça-feira, abril 28, 2009

Abertura do Cine-PE

Por Leo Leite
O dia que muitos cinéfilos esperavam finalmente chegou. Foi a primeira noite de exibição do Cine-PE, Festival do audiovisual. Alguns atrasos marcaram a noite e o teatro não teve lotação completa. Excepcionalmente esse ano, não havia pessoas sentadas nas escadas. Como não é de costume, a noite já começou com a exibição de um curta, era a animação Ilha, estória criativa e bem iluminada em 3D. Logo em seguida, foi exibido o curta digital Manual para se defender de alienígenas, zumbis e ninjas, de André Moraes. Contando com a presença de astros do cinema como Lucio Mauro Filho e Rodrigo Santoro, o filme arrancou boas gargalhadas do público, contando uma estória de ficção cientifica trash. A trama é “amarrada” com muita criatividade e só deixa a desejar na qualidade do som em algumas, poucas, cenas. Encerrando a mostra digital, foi a vez do filme O troco. É a estória de um casal que decide dar a uma atendente de telemarketing um pouco do seu próprio remédio. A exibição foi recheada de muitos aplausos em determinadas atitudes dos personagens e calorosas risadas na maior parte do tempo.

Em seguida, deu-se inicio a exibição dos curtas em 35mm. O primeiro foi o já conhecido Menino aranha, documentário, de fotografia invejável, que conta a vida de um menino de rua que escalava prédios para roubar. Assim que acabou, foi apresentado o filme Ana Beatriz, uma proposta inovadora que conta, em um tipo de stop motion, duas estórias paralelas: uma narrada em áudio e outra em imagens, que se confunde dando origem ao ponto chave da trama. Para finalizar a mostra de 35mm, um filme com o consagrado Wagner Moura: Blackout, ficção de 10 minutos sobre dois homens de negócios que ficam presos numa sala com uma bomba. O curta também levou o teatro Guararapes a rir em uníssono.

Por algum motivo, a abertura do festival só ocorreu mesmo depois das mostras dos curtas. Foi exibido um vídeo institucional sobre a orquestra cidadã dos meninos do coque. Em seguida, a apresentação musical que deixou muita gente encantada com o talento dos meninos. Um dos acontecimentos mais marcantes foi a descida do palco de um garotos que passeou pela platéia tocando seu violino.

Na sequência, quem adentrou o palco foi o convidado mais esperado do ano, Constantin Costa Gavras, importante cineasta grego naturalizado francês. Antes da chegada ilustre, foi exibido um vídeotape com trechos dos filmes do diretor e algumas sonoras de figuras importantes do cinema deixando suas homenagens. Assim, Costa Gavras adentrou o palco sendo recebido de pé pelos presentes ao som de muitos aplausos. Depois de seu brilhante discurso, foi dado inicio à exibição do seu novo longa Eden À L’Ouest, que deixou todo mundo fascinado pela beleza da narrativa, contando a estória de Elias, um imigrante ilegal que chega à Europa. O que mais precisaria para encerrar essa noite de homenagens da melhor forma possível? Nada!

segunda-feira, abril 27, 2009

Mostra Pernambuco (segundo dia)

Por Leo Leite

Segundo dia da mostra Pernambuco e mais uma vez o Cinema da Fundação ficou lotado, algo já era esperado pelos realizadores. Como o diretor do Cine-PE Alfredo Bertini já havia prometido: uma segunda sessão foi aberta para quem ficou de fora. E algumas novidades foram reveladas, como o prêmio para o dois melhores curta-metragens: o primeiro lugar leva cinco mil reais e o segundo dois mil, patrocínio da Assembléia Legislativa. O filme Z, de Costa Gavras, que seria exibido na Fundação será exibido no teatro Guararapes no dia 1 de maio às 16h e a entrada é franca.
Depois de todas as noticias e apresentação dos realizadores dos curtas, enfim a exibição da noite deu-se inicio, isso por volta das 19h40. Pra começar foi re-exibido o filme Prenuncio, de Adriano Portella, que como dito anteriormente, foi injustiçado por terem exibido uma cópia não finalizada. O curta agradou alguns e não convenceu outros, por ter uma proposta ousada. O suspense narra a estória de um pescador atormentado por um espírito.
Logo em seguida foi a vez do documentário Memória Irreversível, que tenta contar a história do cinema pernambucano. Para isso a equipe conseguiu entrevistas com grandes nomes da área, é o caso de Osman Godoy, Isabela Cribari e Lula Cardoso Aires Filho. Mas isso não foi suficiente para a produção agradar aos presentes, além do amadorismo técnico e fotográfico, tanto na luz quanto no enquadramento, o curta era explicitamente sem uniformidade.
Na sequência foi a vez da ficção Amigos é pra essas coisas de Rafael Dantas, que muito agradou à platéia, a qual se manisfetou dando boas e sonoras gargalhadas. É um Sitcom que conta e estória de um jovem em busca uma mulher para um relacionamento sério e se mete em algumas confusões. O texto divertido, mesmo com alguns palavrões em excesso, prendeu a atenção do público.
A apresentação seguinte foi a do documentário Malunginho, o guerreiro de Catucá, o rei da jurema que contou a importância do personagem quilombola para a cultura negra e como a história do Brasil analisa sua influência. O curta chama atenção pelo bom uso das cores no desenrolar fotográfico e dos insert’s bem fundamentados.
Ainda na mesma linha foi exibido o curta Eu sou Lia, que contou a vida de uma das mais importates cirandeiras pernambucanas: Lia de Itamaracá. Mostrando toda a garra e força da artista o documentário mexeu com as emoções de quem estava assistindo gerando os aplausos mais calorosos da noite.
Posteriormente foi apresentado o curta Da fotodocecópia à água que move a vespa que mostrou a cultura de Triunfo a partir das garrafas de licor e as estórias dos seus habitantes. Durante toda a mostra o filme arrancou risos do público com uma edição marcada por boas falas dos personagens, misturado com uma fotografia colorida e pitoresca. Logo depois foi a vez do curta-metragem de Alice Gouveia, Cinco minutos, ser apresentado. O capricho fotográfico contava a vida de algumas pessoas idosas e de uma enfermeira solitária. Com o uso de poucas falas e uma câmera que viajava de acordo com pensamentos e lembranças dos personagens, o filme foi a surpresa da noite. O destaque ficou para a belíssima interpretação de Auricéa Fraga, que fez mais uma velhinha para a sua coleção*, e Jones Melo, que juntos deram um show de interpretação.
Continuando a mostra foi a vez da exibição de Travessia – um rio e algumas histórias, narrando o cotidiano de gente simples que viviam do transporte de pessoas de barco perto da ponte da Torre, para isso uma linguagem simples sem muitas experimentações. E para encerrar o evento com chave de ouro, foi a vez do hilariante Hotel do coração partido deixar marcada sua presença. Uma animação simples, estilo passagem de slides, que narrava a saga de Ronaldo e seu grande coração.
No fim das contas a Mostra teve um bom resultado, apesar dos constantes erros de projeção e alguns atrasos. Agora é só esperar o resultado e torcer para que, realmente, vença o melhor.


*Auricéa Fraga já deu vida a algumas velhinhas no cinema pernambucano, é o caso da velha branca, curta de Adelina Pontual; Lar doce, lá de Felipe Braga de Melo e a vovozinha da chapeuzinho vermelho no teatro.

domingo, abril 26, 2009

Mostra Pernambuco (dia 1)

Por Leo Leite

Nessa segunda-feira (27) se dará inicio ao XIII Cine-Pe, um dos maiores eventos cinematográficos de Pernambuco. Mas foi nesse sábado que começou a Mostra Pernambuco, um evento, também, ligado ao Cine-Pe. Esse é o segundo ano da tentativa de dar mais visibilidade aos trabalhos audiovisuais locais. Deu certo, deu certo até demais. Afinal os pernambucanos gostam de se ver nas telas dos cinemas. As exibições acontecem no cinema da Fundação a partir da 19h, mas o fato é que o local não suporta o número de pessoas desse ano. Claro, a superlotação foi inevitável.
A sala suporta 197 pessoas e os ingressos começaram a ser distribuídos com meia hora antes do inicio, como é de costume na Fundaj. Mas bastou apenas 10 minutos para todos esgotarem, segundo uma funcionária do Cinema da Fundação responsável pela organização do evento. Mas o que fazer com as demais pessoas que ficaram de fora? Dentre elas estavam alguns diretores dos curtas exibidos e pessoas da imprensa, que não tiveram privilégios, mesmo com a credencial. A solução foi criar, de última hora, uma nova sessão. E segundo a mesma funcionária da Fundaj, isso só foi possível porque Sandra Bertini (diretora do cine-pe) pagou de seu próprio bolso o taxi do projecionista, afinal lá é uma instituição pública e tem horários a cumprir. A segunda sessão começou por volta das 21h e o produtor cultural Alfredo Bertini afirmou que se for necessário duas sessões no segundo dia, assim será feito.

O primeiro curta exibido foi Depois do jantar, projeto de conclusão de curso das alunas de Rádio e TV da UFPE: Alba Azevedo e Nara Viana. Inspirado num conto de Carlos Drummond de Andrade e com duração de nove minutos. Misturando comédia com uma triste realidade do Recife, o curta arrancou muitos risos da platéia presente. Excepcionalmente o filme foi exibido três vezes, duas na primeira sessão (por causa de um erro de sincronização de áudio) e uma na segunda.

Na sequência foi exibido o documentário Ô de casa, também projeto de conclusão. Dessa vez das alunas, de jornalismo da UNICAP, Júlia Araújo e Sheyla Florêncio. O documentário mostra a diferença entre algumas casas, as lembranças e vivências de seus moradores. Os personagens (muitos para um curta-metragem de 16’) foram superficialmente trabalhados, e os professores e psicólogos presentes marcaram à produção um ar de vídeo-aula de arquitetura e decoração. Isso sem contar que a exibição digital (em DVD mesmo) deixou ainda mais claro alguns defeitos na fotografia.

E pra recordar um pouco da cena artística do final dos anos 60 em Pernambuco, a exibição seguinte foi Ave sangria, documentário sobre a banda de mesmo nome. O maior filme exibido na noite, com duração de 20 minutos, contando com as presenças ilustres do jornalista e músico Marco Pólo e do agitador cultural Jommard Muniz de Brito. Raynaia Uchôa, Rebeca Venice e Thiago Barros, diretores da produção contaram a trajetória da polêmica banda, fazendo uso apenas das entrevistas, dando um ar leve e atrativo para o filme.

E logo após foi exibido Feito algodão doce, uma das mais belas surpresas da noite. O filme, também, projeto de conclusão do curso de Rádio e TV da UFPE, foi dirigido por Natali Assunção. Conta a estória de uma garotinha que sonha em brincar nas nuvens. Para fazer um contraponto com a realidade o filme é “costurado” com cenas de uma belíssima animação mostrando a convivência, mesmo na fantasia, dessa garotinha com as nuvens. A fotografia, bem trabalhada, chama a atenção juntamente com a direção de arte caprichada. A trilha sonora é leve, o áudio bem tratado dando uma correta visibilidade ao texto muito bem escrito. Um filme para crianças (o que é raro em Pernambuco) e para adultos.

A quinta produção da noite foi o documentário (também de 20’) de Diogo Luna, A Invenção do Cotidiano. A idéia foi mostrar um grupo de moradores de rua, sua rotina, suas reações perante uma câmera de vídeo e a felicidade que elas possuíam de forma simples e natural. Nesse ponto o curta é audacioso, faz uso de uma linguagem extremamente coloquial e legendas muito próximas das palavras ditas pelos personagens. A reação do público foi dos risos empolgados aos silêncios reflexivos, o que gerou algumas tentativas de aplausos durante a exibição.

Seguindo ainda essa linha documental, foi exibido Tebei, que é o nome de uma dança, cultura oral que o povo do interior do estado usa para “bater” o chão da casa. No inicio o filme, de 20 minutos, estava um tanto confuso, não se sabia ao certo do que se tratava. Mas na sequência foi ficando cada vez mais claro a cultura deles, mais uma vez focando na simplicidade de um povo.

Os problemas da noite voltaram a assombrar a mostra, foi na exibição do suspense Prenuncio, de Adriano Portella. Por algum equivoco da produção do festival foi exibida a cópia errada, a que ainda não havia sido finalizada. O curta foi apresentado na sexta (24) na mesma sala, e quem viu as duas percebeu a diferença de edição. Os produtores do filme pediram, então, que a cópia correta seja exibida no dia 26, último dia da Mostra Pernambuco, para que não sejam prejudicados perante os jurados.

Logo na sequência foi a vez de uma rápida animação: O trabolho. Com uma qualidade excepcional, roteiro simples e engraçado, o curta de dois minutos conta a estória de um rapaz que coloca seu celular no bolso e é confundido com um tarado no ônibus. A animação arrancou muitas gargalhadas dos presentes.

E para encerrar a noite: o curta Na terra do coração. O filme, bem fotografado e bem encenado por dois jovens atores, inspirado em um texto de Caio Fernando Abreu, conta a saga de um casal de apaixonados e foi o mais poético dos selecionados do dia 25.

Pra quem quer conferir o segundo dia da mostra a dica é chegar cedo, bem cedo para poder conseguir seu ingresso. Lembrando que a entrada é franca e não adianta chegar com credencial, impressa também tem que entrar na fila se quiser assistir aos filmes.